quinta-feira, setembro 09, 2004
Os Novos Descobrimentos - Mais Barcos, Mais Partidas, Mais Chegadas
Os FísicoLx chamam à atenção para um artigo de José Pacheco Pereira, publicado no PublicOnline.
"(...) São os Descobrimentos porque, como no século XV, estamos numa fronteira, numa fronteira que atravessamos umas vezes devagar, outras vezes com tanta força que todo o saber coligido em milénios pode ser alterado num único fluxo de informação recebido de uma máquina longínqua, que emite com a força de uma lâmpada caseira, a milhões de quilómetros de distância, para um ouvido gigantesco em Espanha ou na Austrália. São os Descobrimentos porque a potencialidade para se revolucionarem variadíssimos ramos de saber, dos mais centrais para o nosso conhecimento do universo como a astronomia, a física, a química, e dos mais centrais para o conhecimento do humano, como a biologia, abre-se todos os dias com passos de gigante. A possibilidade real de encontrarmos neste século qualquer forma de exobiologia, vida extraterrestre, mudar-nos-á como a revolução de Copérnico, mais a de Darwin, mais a de Freud, todas juntas. Lá fora, na imensidão que nos rodeia, só há surpresas à nossa espera e ainda bem.
Ora nós, que fizemos os primeiros Descobrimentos, não deveríamos ficar à margem dos segundos. Corremos o risco de ver os navios partir, os navios chegar e não sabermos nem para onde vão, nem o que trazem, nem o que mudou nas cabeças dos homens que lá estão. Num sistema de ensino arcaico, em que "saber" é saber uns rudimentos decorados de humanidades e onde tudo o que diga respeito à ciência é uma calamidade, com resultados trágicos em matemática e física, o conhecimento científico depende muito de uma educação pela curiosidade. Nada melhor para essa educação do que a "história a fazer-se", os Descobrimentos em acto, e por isso eu preferia que do ensino básico ao secundário houvesse professores que o soubessem, houvesse escolas que o permitissem, houvesse maleabilidade curricular que o aproveitasse, passar estes dias ligados à NASA a falar do que está a acontecer em tempo real."
Por JOSÉ PACHECO PEREIRA.
"(...) São os Descobrimentos porque, como no século XV, estamos numa fronteira, numa fronteira que atravessamos umas vezes devagar, outras vezes com tanta força que todo o saber coligido em milénios pode ser alterado num único fluxo de informação recebido de uma máquina longínqua, que emite com a força de uma lâmpada caseira, a milhões de quilómetros de distância, para um ouvido gigantesco em Espanha ou na Austrália. São os Descobrimentos porque a potencialidade para se revolucionarem variadíssimos ramos de saber, dos mais centrais para o nosso conhecimento do universo como a astronomia, a física, a química, e dos mais centrais para o conhecimento do humano, como a biologia, abre-se todos os dias com passos de gigante. A possibilidade real de encontrarmos neste século qualquer forma de exobiologia, vida extraterrestre, mudar-nos-á como a revolução de Copérnico, mais a de Darwin, mais a de Freud, todas juntas. Lá fora, na imensidão que nos rodeia, só há surpresas à nossa espera e ainda bem.
Ora nós, que fizemos os primeiros Descobrimentos, não deveríamos ficar à margem dos segundos. Corremos o risco de ver os navios partir, os navios chegar e não sabermos nem para onde vão, nem o que trazem, nem o que mudou nas cabeças dos homens que lá estão. Num sistema de ensino arcaico, em que "saber" é saber uns rudimentos decorados de humanidades e onde tudo o que diga respeito à ciência é uma calamidade, com resultados trágicos em matemática e física, o conhecimento científico depende muito de uma educação pela curiosidade. Nada melhor para essa educação do que a "história a fazer-se", os Descobrimentos em acto, e por isso eu preferia que do ensino básico ao secundário houvesse professores que o soubessem, houvesse escolas que o permitissem, houvesse maleabilidade curricular que o aproveitasse, passar estes dias ligados à NASA a falar do que está a acontecer em tempo real."
Por JOSÉ PACHECO PEREIRA.